quinta-feira, 28 de abril de 2011

SE VIVO, ADOLF HITLER ADORARIA CONHECER CERTOS TORCEDORES E IR A ESTÁDIOS.




Observando o comportamento de determinadas pessoas nas redes sociais (na internet), ouvindo comentários nas ruas e vendo um jogo do Flamengo, fiquei pensando se Adolf Hitler e seu secto não abririam uma filial no Brasil, se fossem vivos, em pleno século XXI. Isso, sem esquecer a galera da Klu Klux Klan. "Vão se f... bando de favelados!", "Time de crioulo sujo!", "Bando de preto ladrão!" etc. foram comentários que ouvi nas ruas, numa cidade dita cosmopolita como o Rio de Janeiro, e li no Facebook, considerado pelos usuários e especialistas como o ambiente cibernético da democracia. Se então a democracia se baseia neste paradigma preconceituoso, fico me perguntando se a ironia, a piada, o riso, a graça, a gozação, típicas do povo brasileiro, amante do futebol, não descambam para o fundamentalismo, característico de grupos extremistas como os hooligans, os skinheads, os integralistas, os nazistas, os fascistas etc. Acho que há pessoas e grupos que não aprenderam o que é democracia e que ainda não aceitam a diversidade. Tal fato vem ocorrendo no mundo inteiro, como o caso de torcedores de clubes ingleses de futebol em face dos atletas de origem judaica (chamados pejorativamente de Yid), do torcedore do clube russo Zenit que ofereceu uma banana ao jogador Roberto Carlos e da casca de banana arremessada no campo, por um adolescente alemão, próximo ao jogador Neymar, numa partida entre Brasil e Escócia, em Londres, do técnico da seleção espanhola de futebol, Luis Aragonés, que chamou o jogador Tierry Henry de "preto de merda", da torcida do Lazio, clube italiano, que foi vista em estádios com a bandeira contendo a suática. Houve, inclusive, um caso de racismo envolvendo o jogador do Quilmes da Argentina e o jogador do São Paulo Edinaldo Batista Libânio, o Grafite, durante uma partida válida pela Libertadores de América. Mas, refiro-me aqui, particularmente, à realidade brasileira. E o pior é que acabamos aderindo ao raciocínio dos extremistas ou fundamentalistas, mesmo sem querer, fazendo uma piada ou ironizando quem gosta de um outro time que não o nosso. Flamenguistas e corintianos costumam ser associados a "pretos" ou "ladrões", quando não os dois juntos. Os coritnianos recebem ainda o apelido de "gambás", pois seriam sujos, fedorentos. Torcedores do Fluminense e São Paulo são apelidados de "gays", "viados", "bambis" (aquel cervo, personagem criado por Walt Disney). Além disso, vemos torcedores se agredindo e matando uns aos outros nos estádios de futebol e nas redondezas. Tudo isso muito "legal," "divertido", "engraçado"... Aí, não poderemos nos espantar quando, em uma noite, recebermos um telefonema de uma delegacia de polícia, informando que nosso filho, neto ou irmão mais novo participou de um massacre de um torcedor de um time adversário... E ele nem precisará tatuar uma suástica em seu corpo ou fazer a saudação Sieg Heil!, com amão estendida, pois o radicalismo estará em sua mente e em seu coração. Enquanto isso, pais, avôs, tios, irmãos mais velhos etc. dirão: "Eu chamo os torcedores adversários de crioulos, fedorentos, gays, viados, ladrões, porcos, sujos, apenas de brincadeira. É só brincadeirinha..." E quem disse que os nazistas choravam quando mandaram judeus, testemunhas de jeová, homossexuais, deficientes físicos e mentais para as câmaras de gás? Eles naturalmente riam, brindavam e ouviam suas músicas, num regozijo macabro, e dizendo queimem judeuzinhos sujos, religiosos infames, homossexuais doentios, alejadinhos de merda, mongolóides desgraçados... Tudo isso, num tom de brincadeira; uma brincadeira macabra e que custou milhões de vidas.

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