quarta-feira, 9 de julho de 2008


"Sejam razoáveis, exijam o impossível"

Esse foi um dos lemas do movimento social ocorrido na França que teve início em maio de 1968.
Protestava-se contra a degradação ambiental, contra o capitalismo, contra a Guerra do Vietnã, contra a Guerra Fria entre os Estados Unidos da América e a então União Soviética, contra a pressão econômica sobre os países do chamado Terceiro Mundo. A Tchecoslováquia tentava se distanciar da União Soviética e assim acontecia a "Primavera de Praga". As mulheres pregravam a igualdade de direitos em relação aos homens e o direito à contracepção. Todo mundo ia às ruas quando achava que algo não estava certo. De lá pra cá, o que mudou?

fotografia de estudantes durante manifestação em maio de 1968, Paris
Quando tudo começou.
Era o dia 4 de dezembro de 1978, faltavam dois ou três minutos para acabar a partida. No placar, Flamengo e Vasco empatavam sem que qualquer das equipes tivesse marcado um gol.
O empate dava o título do segundo turno do campeonato carioca à equipe cruzmaltina, forçando um jogo extra para a decisão da competição.
Bola pela linha de fundo e o juiz marca escanteio a favor do Flamengo, pelo lado esquerdo da meta de Leão, o goleiro vascaíno.
Zico se dirige para a marca do escanteio, ajeita a bola e bate. A bola faz uma curva e vai ao encontro da cabeça de Rondinelli, o zagueiro rubro-negro que ficou conhecido como o “Deus da Raça”.
Rondinelli era conhecido pelo vigor físico e pela forma viril como afastava a bola da meta de Cantarelli.
Mas naquele instante, Rondinelli resolveu ir à frente. Ele rompeu pelo lado direito do gol de Leão e cabeceou a bola – Flamengo 1 x Vasco 0.
A torcida rubro-negra enlouqueceu e o Maracanã tremeu, literalmente.
Assim, o título do campeonato estadual de 1978 ia para a Gávea, dando início a uma verdadeira dinastia em vermelho e preto.
Até aquele momento, eu simpatizava com a equipe do Botafogo. É que um amigo muito próximo da família, o Tio Nildo, como chamávamos, havia tentado me “corromper”. Ele era um torcedor alvinegro fanático e fazia das tripas-coração para me levar para o mesmo caminho.
Mas, meu irmão, ao saber do fato, ficou muito preocupado. Tratou de me chamar para uma conversa e mostrou coisas que haviam sido de nosso falecido pai, um estrangeiro que havia se apaixonado por nossa mãe, pela Cidade Maravilhosa e pelo Flamengo. Em vida, meu pai tinha adquirido um titulo de sócio do Clube de Regatas do Flamengo para toda a família.
Como resistir diante da investida de meu irmão.
Naquele dia 04 de dezembro de 1978 fui ao Maracanã torcer pelo Flamengo. Talvez fosse a primeira e a última. Mas, uma vez Flamengo, sempre Flamengo.
Valeu mano!