quinta-feira, 17 de julho de 2008

EU NÃO VOU ASSISTIR OS JOGOS OLÍMPICOS EM PEQUIM (BEIJING)


No dia 08 de agosto de 2008, acontecerá a cerimônia de abertura dos XXIX Jogos Olímpicos na cidade chinesa de Pequim (Beijing).
O interessante (para não dizer engraçado) é que o Comitê Olímpico Internacional (COI) faz uma série de exigências para que uma cidade se torne sede dos Jogos Olímpicos. Sistema de transportes que atenda ao público, infra-estrutura adequada para imprensa, público e atletas, qualidade ambiental são algumas dessas exigências.
Se alguém se dispuser a fazer uma análise crítica na conjuntura política, social e ambiental da China, ficará curioso com a escolha da capital chinesa para sediar os jogos.
A China se caracteriza por um sistema político oficialmente dito como fechado, de modelo socialista, onde o “capital emergente” somente beneficia uma casta de pessoas, como os membros do Partido Comunista. Mas, como dizia uma pessoa querida minha, “o comunista adora o capital”. Não que eu seja defensor do capitalismo “animal” como aquele praticado pelos meus primos Yankees. Mas, admitir hipocrisia..., são outros quinhentos.
O governo chinês é recorrente em violar os direitos humanos. Como prova disso, existem inúmeros protestos em face do país nas organizações internacionais.
Ademais, há a questão do Tibete. Em que pese o direito a autodeterminação dos povos defendida pelo governo chinês, o Tibete já sinalizou que não pretende a sua independência, como alguns equivocadamente propagam. O que os tibetanos querem é uma autonomia para gerir suas vidas, sem que o governo da China mantenha uma intervenção tão drástica como tem feito até os dias atuais.
Quanto à infra-estrutura da capital chinesa, muito está a desejar. E a liberdade de imprensa está mais longe ainda de se concretizar. Um jornalista alemão foi impedido de continuar sua entrevista com um pesquisador sobre a Muralha da China, por agentes do governo local, apesar de várias autorizações emitidas pelo próprio governo!
Com relação ao meio ambiente, nem se fala. Basta estar na capital chinesa e tentar ver o sol, em pleno meio-dia. A luz solar está obscurecida pela nuvem de poluentes que toma conta do céu.
Há quarenta anos, durante os Jogos Olímpicos na Cidade do México, os atletas norte-americanos Tommie Smith e John Carlos, ganhadores das medalhas de ouro e bronze nos 200 metros, respectivamente, cerraram seus punhos com suas luvas negras, numa clara demonstração de protesto contra a política racial nos Estados Unidos da América, numa época que os negros reivindicavam os direitos civis. Devido ao incidente, os dois atletas foram banidos da delegação norte-americana.
E o Comitê Olímpico Internacional (COI) o que fez? Nada. Os seus representantes se limitavam a dizer que política e esporte não deveriam se misturar.
Quarenta anos depois, o mundo continua regido por regras políticas.
E o esporte? E o Comitê Olímpico Internacional (COI)? E os Comitês Olímpicos Nacionais? E os atletas? O que dizem e o que fazem diante de um governo que viola os mais elementares direitos do ser humano, como a liberdade de expressão, a vida, a liberdade de locomoção, o meio ambiente sadio, etc.?
Mas, se considerarmos que a população da China está estimada em 1,3 bilhão de pessoas, entenderemos que se trata de um grande mercado consumidor. Afinal, numa economia globalizada, o negócio é vender.
Eu vou torcer pelo Brasil, é claro! Mas não vou assistir aos Jogos Olímpicos em Pequim (Beijing), cuja sede foi escolhida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
Essa é minha forma de protestar.

terça-feira, 15 de julho de 2008


"O que me preocupa não é o grito dos maus.
É o silêncio dos bons".

Martin Luther King Jr. (1929-1968)