domingo, 15 de junho de 2008

MUITO MAIS QUE UMA SIMPLES VONTADE DE MUDAR O MUNDO.


Durante o século XVIII, num período conhecido com a Era das Luzes, o economista e filósofo escocês Adam Smith (1723-1790) se tornaria um dos mais influentes prensadores desta época. A partir de sua obra A Riqueza das Nações, Adam Smith lançou as bases do liberalismo econômico.
Considerando a conjuntura de sua era, o pensador escocês analisava o que ficou conhecido como a mão invisível, ou seja, o sistema em que a própria economia e o comércio ditariam suas regras, mediante a intervenção mínima do Estado.
Cerca de duzentos anos depois da morte de Adam Smith, o mundo se deparou com o que se convencionou chamar de neoliberalismo. A consolidação do sistema econômico transnacional mais uma vez parece ter colocado o papel dos Estados-nações em xeque.
Neste contexto sócio-econômico global, apresenta-se um quadro catastrófico do meio ambiente. Com vistas a subsidiar o capitalismo (mas não somente ele, pois os sistemas socialistas também contribuíram para tanto), os recursos ambientais foram apropriados sem a mínima racionalidade, pelo menos até o último quartel do século XX, quando, a partir da publicação de estudos como o realizado pelo denominado Clube de Roma (década de 1960) – Limites do Crescimento (Limits to The Growth) – a questão ambiental foi trazida à baila.
Foi também a partir deste estudo que surgiu o conceito de desenvolvimento sustentável, que viria a orientar a publicação do conhecido Relatório Brundtland e a realização das Conferências das Nações Unidas de 1972, em Estocolmo, e em 1992, na cidade do Rio de Janeiro.
O atual estado de degradação ambiental e de quase esgotamento dos recursos ambientais nos leva a pensar qual o papel que cada Estado, nação, povo e cidadãos exerce na mudança de tal realidade.
Considerando o sistema neoliberal, em que mais uma vez o capital parece ditar as regras de mercados e até mesmo sociais, transgredindo assim os limites geopolíticos, pode-se afirmar que é o cidadão, aqui qualificado como consumidor, e, portanto, parte integrante do próprio mercado, quem detém o poder transformação da realidade caracterizada pela degradação ambiental.
Assim, perguntas como “consumir pra que?”, “quanto consumir?”, “como consumir?” e “de quem consumir?” tornam-se de suma importância para a mudança que se pretende, utilizando-se, é claro, as regras do paradigma neoliberal.
Ora, por que se deve consumir produtos de países que não respeitam os direitos humanos e o meio ambiente? Que se recusam a assinar e ratificar o protocolo de Kioto, por exemplo? O mesmo se aplica às empresas que não desenvolvem programas de responsabilidade socioambiental em seus respectivos processos produtivos.
Neste viés, a educação ambiental se faz fundamental, não como um simples instrumento de informação, mas de percepção crítica da realidade e de transformação da mesma, caso contrário, significa mero atavismo. É preciso uma educação que rompa com o fatalismo e o sentimento letárgico que parece ter tomado conta das pessoas. Uma educação que faça as pessoas compreenderem que este Planeta de dimensões limitadas pertence a todos nós e que, considerando-o como uma espaçonave, proporcione a todos perceber que seu rumo depende de nós mesmos, para o bem ou para o mal.

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